terça-feira, 14 de julho de 2009

À moda antiga

       Nesse domingo, fiquei impressionado com a bela atuação do Atlético Paranaense, ganhando do todo-poderoso Internacional. O time vinha de péssimas atuações, e tinha ataque inofenivo e defesa esburacada. No duelo do fim de semana, sem Rafael Moura "He-Man", o centroavante, Waldemar Lemos armou uma equipe diferente, e também muito interessante.
        A disposição do time se assemelhava à do grande Cruzeiro de 69, que tinha Tostão e Dirceu Lopes. Linha de quatro tradicional, dois volantes mais presos e quatro homens que revezavam nas funções de ataque e defesa. Dois abertos, como pontas, e dois centralizados, partindo ao ataque a partir do meio-de campo. Uma espécie de 4x2x4. As prinicpais diferenças entre os dois times são a movimentação, a marcação e a qualidade dos jogadores, obviamente.
        No time paranaense, há muita movimentação. Como todos os jogadores desse quarteto(Marcinho, Paulo Baier, Wesley e Wallyson) tem capacidade de jogar tanto pelo meio como pelos dois lados do campo, ocorrem muitas movimentações e trocas de posições. Isso confudia a marcação, e criava espaços na sólida defesa colorada.
        As grandes chances ofensivas da equipe partem de contragolpes, armados a partir de uma forte marcação. Wesley e Wallyson marcam o avanço dos laterais, enquanto Marcinho e Baier ajudavam Chico e Valencia na faixa central. Todos ficavam atrás da linha da bola. Quando um jogador do Inter passasse da linha do círculo central, começava a marcação por pressão. O time se movimentava em bloco, impedindo a troca de passes do adversário. Quando a bola fosse roubada, os quatro jogadores ofensivos tinham a função de buscar espaços disponíveis e chamar o passe, chegando em velocidade ao local. Outros dois teriam que começar a se deslocar, aparecendo como opções nas redondezas do jogador que recebeu a bola. Se não recebessem a bola, deveriam se movimentar, procurando um espaço ou uma abertura.
        [aí está a grande diferença para o time de Tostão, pois o Atlético se defende num 4x6x0]
        Os únicos poréns dessa tática são as questões físicas e a dos laterais. Com a constante movimentação, vem o cansaço. O time talvez não aguentaria, no mesmo ritmo, uma prorrogação, por exemplo, e os jogadores sentiriam muito uma sequência de jogos. Também são pequenos "problemas" os laterais, que teriam de ficar um pouco mais presos à marcação, e não teriam tanos espaços se avancassem. Nada que não possa ser corrigido com alguns jogos de prática e a infiltração de um dos pontas no meio da área, abrindo espaços para o ala.
          A Waldemar Lemos, não tenho a dizer nada além de "parábens" e "boa sorte". Não sei se o time jogará igual na próxima partida, principalmente pela volta de Rafael Moura, mas esse último jogo nos provou que podemos montar um time à moda antiga, nos aproveitando dos avanços táticos dos últimos anos e sem perder a competitividade.

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